O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros (Selic) de 10,75% para 11,75% na quarta-feira (16). Essa foi a nona alta da Selic desde março do ano passado.
Como a elevação, o crédito acaba ficando mais caro e mesmo o financiamento imobiliário, conhecido por ter as menores taxas de juros do mercado, será impactado.
Para dimensionar, um ajuste de 2,3 a 2,4 pontos percentuais na Selic pode aumentar em 1 ponto percentual o Custo Efetivo Total (CET) do financiamento imobiliário, segundo as estimativas de Alberto Ajzental, coordenador do curso de Desenvolvimento de Negócios Imobiliários da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
O CET é um número genérico, uma vez que cada instituição possui taxas diferentes e modalidades distintas.
O professor lembra que há algum tempo ocorreu a situação contrária, quando a Selic caiu de 14,25%, em agosto de 2016, para a mínima histórica de 2%, em agosto de 2020.
“Na época, percebemos que havia um delay de duas semanas para que uma diminuição na Selic afetasse a taxa de juros nominal dos bancos”, lembra Ajzental. “Quem liderou esse processo foi a Caixa Econômica Federal, que depois era seguida pelos outros bancos”.
Portanto, é de se esperar que à medida que a Selic volte ao patamar de 2016, as taxas de juros praticadas no mercado acompanhem o movimento.
Para o professor da FGV, os bancos privados devem tomar a frente aumentando lentamente suas taxas.
“O maior problema desse processo é que a informação do aumento na taxa de financiamento imobiliário não é devidamente divulgada. Ou seja, a melhor forma de saber qual é a melhor taxa é pesquisando bastante, entrando em cada site e fazendo simulações”, diz.
*Fonte: Money Times