A volta da taxa Selic ao patamar de dois dígitos não deve impedir a continuidade da expansão do crédito imobiliário no país. O diagnóstico é da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), que prevê que o financiamento imobiliário alcance um volume recorde de 260 bilhões de reais até o fim de 2022.
No ano passado, o financiamento imobiliário chegou a 255 bilhões de reais. Frente a 2020, houve um crescimento de 46%. A perspectiva para 2022, portanto, é a de nova expansão, ainda que menos intensa.
“Teremos o segundo melhor ano da história. Em 2020 e 2021, tivemos um crescimento muito forte. Podemos dizer em que 2022 andaremos de lado, mas, mesmo assim, esperamos recordes em volume”, disse José Ramos Rocha Neto, novo presidente da Abecip, em entrevista à EXAME Invest.
O executivo foi eleito no fim do ano passado e permanecerá no cargo no próximo biênio 2022/2023.
A perspectiva otimista da associação é baseada em uma série de fatores. Um deles é que as incorporadoras ainda estão no ciclo de crescimento e é esperado um número alto de entregas de imóveis até 2023.
De acordo com Rocha Neto, o número de ofertas será absorvido porque o estoque de imóveis no Brasil ainda está baixo. “Isso manterá a sustentação do crédito.” Somado a isso, ele aponta um problema que está longe de ser resolvido no país, que é o chamado déficit habitacional, estimado em cerca de 7 milhões de habitações.
*Fonte: Exame