O faturamento da construção civil teve alta de 7,6% em 2021, o melhor resultado em dez anos, segundo a CBIC. Por outro lado, dados levantados pelo Estadão apontam que as incorporadoras listadas na B3 tiveram queda acumulada de 31,1%. Fatores como o valor alto dos insumos da construção e a alta de juros desvalorizam as ações e indicam um cenário mais difícil para 2022. A projeção dos economistas do Banco Central, por exemplo, é de que a Selic feche o ano com 11,75%, mas temos um ano eleitoral pela frente.
Um reportagem da Folha de S. Paulo, publicada em dezembro, trouxe o comparativo do impacto da Selic no financiamento imobiliário de alguns bancos: no Santander, a taxa mais baixa passou de 6,99% no início do ano para 8,99% ao final de 2021. No Bradesco a taxa foi de 6,7% para 8,5; no Itaú de 6,9% para 8,3%; na Caixa 6,25% para 8,99% e, por fim, no Banco do Brasil, 6,55% para 7,58%. Para Alberto Ajzental, coordenador do curso de Desenvolvimento de Negócios Imobiliários da FGV, o aumento em até 2 pontos percentuais observado nas taxas levou cerca de 2 milhões de famílias a perderam condições de assumir um financiamento imobiliário ao longo do ano.
Já o Valor Econômico analisou o impacto dos juros sobre as incorporadoras e identificou que Tecnisa, EZTec e Tenda chegaram ao fim de 2021 sem cumprir o VGV que pretendiam lançar. Muitos dos lançamentos foram adiados ou revisitados pois o setor começa a atuar de forma mais cautelosa.
Hora das parcerias. No início do ano, a MRV anunciou duas: com a Carbig, concessionária mineira com atuação nacional, para que os clientes da incorporadora possam utilizar o valor da venda de seu carro ou moto na compra de um apartamento; e um acordo de investimentos com a canadense Brookfield Asset Management, para venda de empreendimentos da Luggo.
O ano de 2021 registrou a maior alta no preço dos imóveis dos últimos sete anos. Segundo o FipeZap, o ano passado totalizou aumento de 5,29%, número que ficou abaixo da inflação do período.
Já a inflação dos aluguéis fechou 2021 com alta de 17,78% no acumulado de 12 meses. A alta do IGP-M em dezembro foi de 0,87% O resultado foi menor do que os 23,14% registrados no acumulado de 2020.
E tem indicador novo vindo aí. A FGVvai publicar todo mês um índice que aponta a variação do custo do aluguel. A pesquisa vai contemplar dados de administradoras de imóveis de quatro capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. A primeira edição sai já nesta terça-feira.
Ainda falando de índices do aluguel, os fundos imobiliários indicam ter abandonado de vez o IGP-M como indexador de reajuste. A mudança, principalmente para o IPCA, se mostrou um caminho sem volta especialmente após o resultado do IGP-M de maio passado, no qual o acumulado de 12 meses bateu os 37%.
O valor convidativo dos FIIs em dezembro fez a procura por investimentos disparar. Com descontos na faixa de 20%, a compra acelerou e representou um salto de 8,8% no Ifix, o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários.
*Fonte: Imobi